terça-feira, 29 de setembro de 2009

Aternativas apresentadas para questões da vida e da morte.



Bonitas histórias de amor e amizade sempre ficam mais bonitas narradas por uma voz acalentadora de uma senhora sóbria e generosa, podendo ser também a voz um meio grave meio rouca velho experiente e caridoso ou ainda a voz fresca de uma criança alegre e esperançosa.

A criança diz:
- No dia em que Keityany foi estuprada sua mãe dormia bebada caida no chão da cozinha do lado de uma garrafa de cachaça quase vazia. Ela tinha sete anos. Foi encontrada com um tubo de desodorante dentro da vagina. Foi estrangulada. O assassino ajudou nas buscas. Foi pego. Preso. Tranferido. Morto. Suicidou-se no presidio de Uberaba. A mãe da menina reclamou. Queria ter tido tempo de matá-lo.

O velho diz:
- Quando Nestor Guerra descobriu que tinha cancer na próstata e foi avisado de que teria no máximo um mês de vida sentiu que morria antes da hora, naquele exato momento, com aquela noticia. O mês não passou lento como ele desejava, e nem foi por momentos vividos com despedidas alegrias. Nos poucos momentos de consciência, sentia uma dor desesperadora. Uma dor dupla. A dor do cancêr destruindo suas vísceras e a dor de saber que ia morrer. Guerra nunca disse que preferia morrer de um jeito ou de outro. A morte não é um rito de passagem.

A senhora diz:
- Rafael casou-se com Mariana. Ele tinha 26 anos, uma pequena fortuna herdada do pai, era bonito, promissor, fértil. Ela tinha 20 anos. Rafael teve dois filhos que não se tornaram grandes gênios da ciencia ou brilhantes talentos do esporte. Não ficou mais rico nem mais pobre. Ouve musica sertaneja no rádio do carro. Tem um Rolex falsificado. Largou a mulher depois de 23 anos de casados depois de ter se apaixonado por uma atendente de uma loja de conveniencias de 20 anos. Ela gosta de Funk. Mariana amargou o esquecimento em toda sua vida. Até mesmo na sua vez foi coadjuvante. Uma história fosca.

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