domingo, 21 de fevereiro de 2010

Celofane.


De uma falta extrema de criatividade começou a sofrer Paulo. Sim, ele era um gordo metido a criativo e também metido a ter senso de humor, e crítico, e social, e psicológico, e literário, tudo mesclado com uma ironia fina o que o tornava um pouco superior aos demais.

Quanta ignorância.

Ele era careca também.

Paulo foi ficando sem seus pensamentos pseudo-intelectuais. Foi ficando branco. Mas não era bem uma brancura. Foi se aquarelando, ficando em tons pasteis. Apático.

Quando não se percebeu Paulo estava transparente. É como se fosse feito de um filme plástico bem fino. Quase imperceptível. Quase.

Dizem que anda por aí tentando participar de conversas inteligentes com mentes superiores como a dele.

Dizem também que são todos iguais.

Eu acredito!

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