sábado, 23 de outubro de 2010

Os namorados.


Os cabelos castanhos de Gabriela balançavam com o vento que entrava da janela. O céu escuro, o tempo frio e a água do café quase fervendo. Quando a chuva começou o cheiro de café invadia o apartamento.
Quanto mais André corria mais forte a chuva ficava e os relampagos e trovões nem sequer o assustavam. Corria porque não queria se molhar mas de nada isso adiantava mas quanto mais corria mais queria correr e se entregou ao desespero histérico de quem foge.
Era só uma chuva, não custava esperar embaixo e uma marquise ou dentro de alguma loja, não custava pedir abrigo que ninguém seria desumano demais para lhe negar, mas era o prazer, a roupa colada, a água escorrendo pelos olhos, pelo pescoço. Eram as pernas ageis, flexíveis, céleres que o levavam. Era quase um gozo.
Foi correndo e não viu quando o carro veio.
A enchurrada escorreu manchada de vermelho por alguns minutos.
Gabriela de tanto esperar acabou cochilando no sofá. A xícara suja de café está no chão.

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