Minha avó varre o quintal. É um quintal pequeno, sem muita sujeira, apenas algumas folhas que caem da árvore da calçada da vizinha. Todas as manhãs. Conversa com alguém que passa na rua. O sol está morno nessas horas, não ofende a pele enrugada. Muitos anos. Muito mais rugas do que anos. Minha avó se parece com uma ameixa seca. Tem cheiro de gente velha. É desonesta com o banho.
Na cozinha minha tia faz um café. Solteirona, sozinha. Ficou assim para tomar conta da mãe velhinha, tadinha. Não planejou isso, mas é bom que seja assim. Em troca de que viver tanto tempo? Para contar o que viu de bonito e de feio? Talvez seja pra rezar baixinho pelos seus treze filhos.
Minha avó cochila na frente da televisão. Todos os dias.
Na cozinha minha tia faz um café. Solteirona, sozinha. Ficou assim para tomar conta da mãe velhinha, tadinha. Não planejou isso, mas é bom que seja assim. Em troca de que viver tanto tempo? Para contar o que viu de bonito e de feio? Talvez seja pra rezar baixinho pelos seus treze filhos.
Minha avó cochila na frente da televisão. Todos os dias.
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