sexta-feira, 15 de abril de 2011

Oral.


É como se ela te amasse tanto que quisesse comer-te inteiro:


Primeiro a língua. Sim.
Depois as mãos. Morderia com raiva teus dedos ouvindo barulhos crocantes estalando entre os dentes. Comeria com gula os braços. Chuparia o tutano de teus ossos.
O peito. As pernas. A bunda. Os pés.
O pau.
E sugaria toda a vida, toda a luz, toda a carne e não deixaria nada além de um gutural gemido de dor e fim.
Não é fome. É desejo. Não é o jantar. É sexo.
E ela está disponível todas as noites, das sete às três, na esquina da José de Alencar com a Belo Horizonte, pela módica quantia de 20 reais.
Ela promete que vai ser bom.
Ela cumpre. Ela sempre cumpre.

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