segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mas eles são todos iguais.


- Já falei que não é para você conversar com aquela gente.
-Mas mãe...
-Já falei para esperar na porta da escola que eu busco, essas ruas são muito perigosas.
-Eu já tenho quinze anos, todos os meus amigos vão para a escola andando.
- Nem os dedos das mãos são iguais, porque é que você quer ser igual aos outros?

O garoto não entendia essa metáfora dos dedos e das mãos, trancava-se no quarto, triste, sofrendo, como todo adolescente deve fazer, e por esse motivo tão desimportante. Isso era o que pensava a mãe. Ele não estava triste, sorria sozinho, trancado no quarto para ficar mais à vontade com seus próprios pensamentos. Porque resolvera entrar naquele lugar? É verdade... Os amigos o desafiaram. Ele entrou com as pernas tremendo, devagar, passo por passo. Andou pelos corredores escuros, muitas portas trancadas naquele sobrado velho, de pintura desbotada. Os adultos não comentavam perto das crianças o que acontecia ali. Mas eles que não são mais crianças e não chegaram a adultos são corajosos demais para seguir sua própria curiosidade. Uma porta aberta, uma mulher nua, um sorriso, um beijo, uma mão, um seio, o outro, calor...

Vinte minutos. O garoto encontra os amigos com um sorriso enorme no rosto.

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